domingo, 25 de março de 2012

T50. Big Bird and Chickie-Two. Natural History in a Big City by Fredric M. Menger, Emory University, USA

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In our kitchen we have a large picture-window that looks out on a bird feeder comprised of a 4-foot log supported by a post. In early May, 2011, my wife Lib was looking out the window and, standing on the feeder, was a very large bird with a long tail. Lib fed the bird corn and then went straight to the computer to finally identify the bird as a Swinhoe pheasant, (the national bird of Taiwan!).

A pheasant in the middle of Atlanta with a population of 4 million? The female pheasant, which we named Big Bird, came to the feeder every morning for several months. When it appeared early in the day, it would just stare into our kitchen as if to ask what was holding up her breakfast.

Lib Menger’s photograph of Big Bird


In August, 2011, Big Bird stopped coming to the feeder, which upset us because she had become sort of a pet. But on our six acres we have several predators including owls, hawks, and occasional coyotes, not to mention the neighbors’ cats. So we realized that Big Bird was leading a dangerous life. In December, to our total amazement, a second pheasant appeared at the feeder. There was no question that this pheasant, which we named Chickie-Two, was not Big Bird. Chickie-Two was a little smaller, had a white feather on its back, and had a longer beak. We began feeding Chickie-Two corn and suet (its favorite) with the hope that it will survive the perils of life in our little urban forest.

The origin of the pheasants remained a mystery until one day, upon reading the Farmers and Consumers Market Bulletin (a State publication), we ran across an ad by a person selling Swinhoe pheasants. We called the number and discovered that the man with the pheasants lived about a mile away from us. He told us that early last Spring, one (and only one) of his female pheasants escaped its cage. He could not explain how the pheasant found our home because there are busy streets between his house and ours. Pheasants do fly when alarmed, but generally they are walkers and runners.

Lib Menger’s photograph of Chickie-Two on the doorstep


Remarkably, Big Bird had successfully negotiated the road hazards and found her way to our home. We were told that Big Bird had mated prior to her escape. After she relocated at our place, she must have nested and raised at least one chick. We do not know where this occurred because we never managed to follow Big Bird after one of her visits to the feeder. But Chickie-Two is certainly the daughter of Big Bird…it is the only explanation that makes sense. We are honored that our little homestead, among all the houses in our neighborhood, had been selected by the pheasants.

Early one morning, as Lib left the house to feed Chickie-2, she did not see the pheasant but heard a thump on the side of the house. As she ran toward to noise, she noticed that the ground was littered with Chickie-2’s feathers. Alarmed, Lib made her way to a rustling noise behind the bushes when a Cooper’s hawk flew up leaving Chickie-2 thrashing on the ground. Lib ran to the pheasant, which had lost many of its tail and breast feathers, and cuddled the bird to prevent it from running in panic into the woods never to be seen again.

There was quite a lot of blood on the ground. I heard Lib yelling to me get her a towel, which she wrapped around the pheasant trying to keep her warm and calm. We placed Chickie-2 into a large box with the towel, and then tried to contact a veterinary who might be willing to treat the injuries of poor Chickie-2. By some miracle, there is a vet in our own neighborhood who actually specializes in birds. We left Chickie-Two with her for two weeks to receive professional care including antibiotics and an operation to sew up her wounds.

Chickie-2 is still at the vet as I write this essay. What to do with Chickie-2 once she recovers is a dilemma. She cannot be released into our homestead because that hawk is still hanging around. One possibility is to keep her in our large chicken coop that has been empty ever since our neighbors forced us to get rid of our noisy chickens. Since Chickie-2 does not crow, our neighbors will not be able to object.

My theory is that Providence gave the pheasants to Lib to comfort her over the loss of her beloved chickens. Think of the coincidences involved here. In one of the largest cities in America, a pheasant finds her way to our house, crossing all sorts of busy streets in the process.Before sappearing (probably to another hawk or owl) somewhere she raises a chick that manages to survive and find our house. And after the hawk attack on Chickie-2, we were able to locate quickly the appropriate veterinary doctor to treat her. Although there is a considerable expense involved here, a country or civilization must be judged on how it treats the least of its citizens.

Português

Big Bird e Chickie-2. História Natural, em uma cidade grande por Fredric M. Menger, Emory University


Na nossa cozinha temos uma grande janela-quadro permite ver um alimentador de pássaros de 120 cm apoiado em um poste. No início de maio de 2011, minha esposa Lib estava olhando pela janela e, parado sobre o alimentador, havia um pássaro muito grande com uma longa cauda. Lib alimentou o pássaro com milho e foi direto para o computador para, finalmente, identificar o pássaro como um faisão Swinhoe, (o pássaro nacional de Taiwan!). Um faisão no meio de Atlanta, com uma população de 4 milhões? O faisão fêmea, o qual chamamos de Big Bird, veio ao alimentador todas as manhãs, durante vários meses. Quando aparecia no início do dia, só olhava para nossa cozinha, como se perguntasse que estava acontecendo com seu café da manhã.

Fotografia do Big Bird, de autoria de Lib Menger


Em agosto de 2011, Big Bird parou de vir ao alimentador, o que nos incomodou, porque ela havia se tornado um animal de estimação. Mas em nossos seis acres temos vários predadores, incluindo corujas, gaviões e, ocasionalmente, coiotes, sem mencionar os gatos dos vizinhos. Então percebemos que Big Bird estava levando uma vida perigosa. Em dezembro, para nossa surpresa total, um segundo faisão apareceu no alimentador. Não havia dúvida de que este faisão, o qual chamamos de Chickie-2, não era Big Bird. Chickie-2 era um pouco menor, tinha uma pena branca nas costas, e um bico longo. Começamos a alimentar Chickie-2 com milho e gordura de bacon (sua favorita), com a esperança de que sobreviveria aos perigos da vida em nossa pequena floresta urbana.

A origem dos faisões permaneceu um mistério até que um dia, ao ler o Boletim de Mercado dos Agricultores e Consumidores (uma publicação do Estado), encontramos um anúncio de uma pessoa vendendo faisões Swinhoe. Ligamos para o número e descobrimos que o homem com os faisões vivia a um quilômetro de distância de nós. Ele nos disse que no início da primavera passada, um (somente um) de seus faisões fêmeas escapou da gaiola. Ele não podia explicar como o faisão chegou até nossa casa, porque existem ruas muito movimentadas entre sua casa e a nossa. Faisões voam quando alarmados mas, geralmente, eles só caminham e correm.

Fotografia Chickie-2 na entrada da porta, de autoria de Lib Menger


Surprendentemente, Big Bird tinha evitado os perigos da estrada e encontrodo o caminho para a nosso casa. Fomos informados de que Big Bird tinha acasalado antes de sua fuga. Depois de mudar-se para nossa casa, ela deve ter aninhado e criado pelo menos um pintinho. Não sabemos onde isso ocorreu, porque nunca conseguimos seguir Big Bird após suas visitas ao alimentador. Mas Chickie-2 é certamente a filha de Big Bird ... é a única explicação que faz sentido. Estamos honrados que a nossa pequena propriedade, entre todas as casas de nosso bairro, tenha sido escolhida pelos faisões.

Cedo em uma manhã, quando Lib saiu de casa para alimentar Chickie-2, ela não viu o faisão, mas escutou uma pancada na lateral da casa. Ela correu em direção ao barulho e, percebeu que o chão estava coberto com penas de Chickie-2. Alarmada, Lib abriou o caminho na direção de um ruido de luta atrás dos arbustos e viu um gavião Cooper sair voando e deixando Chickie-2 debatendo-se no chão. Lib correu para o faisão, que tinha perdido muitas de suas penas da cauda e do peito, e aconchegou-o para evitar que ele fugisse em pânico para a floresta e, para nunca mais ser visto novamente.

Havia muito sangue no chão. Ouvi Lib gritar para que eu levasse uma toalha, que ela enrolou em torno do faisão fêmea tentando mantê-la aquecida e calma. Colocamos Chickie-2 em uma caixa grande com a toalha, e depois tentamos de contactar um veterinário que estivesse disposto a tratar as lesões da pobre Chickie-2. Por milagre, há um veterinário em nossa própria vizinhança que é especialista em aves. Deixamos Chickie-2, por duas semanas, com ela para receber cuidados profissionais, incluindo antibióticos e uma cirugia para costurar seus ferimentos.

Chickie-2 ainda está no veterinário, enquanto escrevo este ensaio. O que fazer com Chickie-2 uma vez que ela se recupere é um dilema. Ela não pode ser liberada em nossa propriedade porque o falcão ainda está na vizinhança. Uma possibilidade é a de mantê-la em nosso galinheiro, grande e vazio, que tem estado assim desde que os nossos vizinhos nos obrigaram a nos livrar de nossos ruidosos frangos. Já que Chickie-2 não cacareja, nossos vizinhos não terão possibilidade de oporem-se.

Minha teoria é que a Providência deu os faisões a Lib para consolá-la pela perda de suas amadas galinhas. Pense nas coincidências envolvidas aqui. Em uma das maiores cidades da América, um faisão encontra o caminho para nossa casa, atravessando todo tipo de ruas movimentadas no processo. Antes de desaparecer (provavelmente para outro gavião ou coruja) em algum lugar ela cria um filhote fêmea que consegue sobreviver e, também encontrar nossa casa. E depois do ataque do falcão em Chickie-2, fomos capazes de localizar rapidamente a médica veterinária para tratá-la. Embora haja uma despesa considerável envolvida aqui, um país ou civilização deve ser julgado pela forma em que trata o menor de seus cidadãos.

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